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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Era Guga!


O título do Aberto da Austrália juvenil conquistado, no último sábado, pelo Alagoano Tiago Fernandes, foi finalmente o acontecimento que faltava para que eu pudesse enfatizar a minha teoria de que a batida Era Guga no tênis brasileiro não fora totalmente perdida, como costumo sempre escutar de alguns entendidos.



É lógico, e tenho total consciência, de que poderíamos ter aproveitado muito mais as façanhas de Guga durante sua excepcional carreira, mas, o que enxergo há algum tempo, é que o resultado de todo esse feito seria lento e aconteceira de uma forma natural o processo de novos atletas. Vale ressaltar que antes da primeira conquista de Guga em Roland Garros, em 1997, o tênis era um esporte completamente longe da população brasileira. E hoje, 13 anos depois, temos milhares de praticantes ou simplesmente acompanhantes do esporte.



O que descordo é sobre dizer que desperdiçamos a Era Guga. Não é verdade. Quem realmente acompanha o tênis mundial em todas as categorias, sabe que aos pouquinhos estamos crescendo e que em um futuro breve poderemos ter uma boa safra de valores no circuito mundial. Sintetizando, para mim, a Era Guga começa verdadeiramente agora, com o aparecimento de atletas que beiram até os 22 anos e que começaram a praticar o esporte por causa do ídolo. Por nossa pressa de resultados e principalmente, carência de ídolos, achavamos que os sucessores imediatos a Guga teriam que ter os mesmos resultados. Bons tenistas como Flávio Saretta, André Sá, Marcos Daniel, Ricardo Mello e Thiago Alves receberam uma pressão que não mereciam suportar. Eles são contemporâneos a Guga, já estavam em quadra quando o catarinense brilhava, então não se pode dizer que eles são frutos de uma nova safra do esporte. Guga foi um fenômeno que aconteceu, um extra-série, que conseguiu criar uma nova cultura do tênis no Brasil.


Portanto, o resultado desse fenômeno começa a brotar agora. Temos hoje o paulista Thomaz Bellucci, como grande tenista. Aos 21 anos parece estar consolidando de vez seu nome entre os 40 melhores do ranking mundial. Já conquistou um ATP Tour e ainda está evoluindo muito. Junto a ele outras revelações estão surgindo, despontando em torneios challengers ou futures. O também paulista João Olavo Souza, o Feijão, e o gaúcho Marcelo Demoliner são minhas grandes apostas no momento, mas, Fernando Romboli, Nicolas Santos, Daniel Silva, Tiago Lopes, Rafael Camilo, entre outros, também poderão fazer bonito mais para frente.


Sobre Tiago Fernandes, a expectativa que ele nos criou com o título em Melbourne é a melhor possível. Tudo indica que poderemos sim ter um grande campeão. No entanto, é precisar ter calma e não ultrapassar barreiras. Aos 17 anos ele tem muito a evoluir, a amadurecer, tanto dentro de quadra como fora. Começar a compará-lo a Gustavo Kuerten é uma injustiça. Não existe novo Guga. Guga é único. No entanto, confesso que fiquei muito empolgado com seu jogo. Treinado e orientado por Larri Passos, Tiago poderá usufruir de toda a bagagem do treinador, que sabe como ninguém o caminho das pedras. Quem viver verá!

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